Versos e Estrofes


Verso

 Conjunto de palavras ritmadas segundo a quantidade e distribuição de sílabas longas e breves, como em latim e grego (versos métricos), ou segundo o número de sílabas, como em português e francês (versos silábicos), ou segundo a acentuação, como em alemão e inglês (versos rítmicos). Cada uma das linhas de um poema, independentemente da métrica que em que estão compostas.
O gênero poético; a poesia,

Sílaba do verso

A sílaba para o poeta difere da sílaba para o gramático. O gramatico fixa-se nos elementos gramaticais da palavra, ao passo que o poeta considera apenas o ritmo das palavras.

Regras para contagem de sílabas

1.      Contam-se as sílabas somente até a última tônica do verso.
2.      A última vogal átona de uma palavra pode desaparecer na pronúncia diante de uma vogal de natureza diversa. A esse fenômeno chamamos de elisão.
3.      Se a última vogal átona de uma palavra é igual a seguinte, com ela funde-se numa única sílaba. A isso chamamos crase.

Número de sílabas do verso

O verso classifica-se de acordo com o número de sílabas, que, em português, pode variar de um até doze.

1.      Pentassílabos – Versos de cinco sílabas, também denominados redondilha menos.
2.      Heptassílabos – Versos de sete sílabas, também conhecidos por redondilha maior.
3.      Decassílabos – Versos de dez sílabas.
4.      Dodecassílabos – Verso de doze sílabas, também conhecidos por alexandrinos.


Verso livre - Verso de ritmo e metro espontâneos, não sujeitos às normas tradicionais da poesia clássica ou acadêmica.


Versos brancos - Os que não são ritmados.


Verso de pé-quebrado – Verso malfeito ou errado.  

Soneto

É uma composição poética de quatorze versos, dispostos, geralmente em dois quartetos e dois tercetos, contendo cada verso dez ou doze sílabas.

Rima


Igualdade ou concordância de sons, a partir da sílaba tônica da palavra final ou de dois ou mais versos.

Classificação


Rima consoante – Rima propriamente dita, i.e., aquela em que, a partir da sílaba tônica, todos os sons são iguais (serra-terra; cada-fada).
Rima interna – A que ocorre entre palavras do mesmo verso.
Rima toante – Aquela em que, a partir da sílaba tônica, só as vogais são iguais (serra-bela; cara-fada; ovo-choco).

Distribuição


A rima pode ser distribuída em dois grandes grupos: quanto ao valor e a disposição no corpo do poema.

Valor

Toante - Com a repetição apenas de sons vocálicos a partir da tônica;
Aliterante - Com repetição de sons consonânticos;
Consoante - Com repetição de todas as letras, ou de todos sons ( às rimas da primeira e da segunda modalidades chamam-se rimas imperfeitas; à da terceira, rima perfeita);
aguda - Quando rimam palavras oxítonas;
grave - Paroxítonas;
esdrúxula - Proparoxítonas;
ricas - Palavras raras; 
pobre - Palavras comuns, considerando-se assim as terminadas em ão, mente, ar, er, ir, or, ância, ência, etc., bem como as palavras pertencentes à mesma natureza gramatical com a mesma terminação (adjetivos tempos verbais, substantivos).

Disposição nas estrofes

Emparelhada - Quando liga versos seguidos, dois a dois (AA, BB, AA, BB ou AA, BB, CC);
Cruzada - Quanto aos versos rimados se alternam, um a um, com número idêntico de versos soltos (AB, CB), ou quando dois ou mais versos, sujeito a determinada rima, se alternam, um a um, com outros versos enlaçados paralelamente por finais diferentes, segundo o esquema AB, AB (nos tercetos, esse esquema formal dá origem a terça-rima);
Abraçada - Quando se estabelece correspondência entre dois versos de terminação idêntica e dois ligados por uma rima diferente (ABBA; CDE, CDE; AAAB, CCCB; ABCA);
Interpolada - Quando liga dois versos entre os quais se interpõe três ou mais, de terminação diferente (ABBBA; ABCDA; etc.);
Seguida - Quando alia dois ou mais versos sucessivos (ABB, etc.);
Encadeada - Quando liga o fim de um verso anterior; masculina, quando ocorre entre duas palavras que terminam em sílaba tônica.
  

Oração e Período


Oração e Período

Período
É a frase organizada em uma ou mais orações.

Pode ser:
Simples - quando constituído de uma só oração:
O casarão todo dormia.
Composto - quando formado de duas ou mais orações:
O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se.

O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.


Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o SUJEITO e o PREDICADO.

Sujeito - é o ser sobre o qual se faz uma declaração.
Predicado - é tudo aquilo que se diz do SUJEITO.

Assim, na oração:
O galo velho olhou de novo o céu.
temos:

SUJEITO: O galo velho.
PREDICADO: olhou de novo o céu.

1. Tipos de Sujeito:

1.1. Sujeito simples
Quando o sujeito tem apenas um núcleo, isto é, quando o verbo se refere a um só substantivo, ou a um só pronome, ou a um só numeral, ou a uma só palavra substantivada, ou a uma só oração substantiva, o SUJEITO é SIMPLES.

1.2. Sujeito composto
É COMPOSTO o sujeito que tem mais de um núcleo, ou seja, o sujeito constituído de:

a) mais de um substantivo:
Vozes, risos e palmas vieram lá de baixo.
b) mais de um pronome:
E assim galgamos ele e eu o rochedo.
c) mais de uma palavra ou expressão substantivada:
Falam por mim os abandonados de justiça, os simples de coração.

d) mais de um numeral:
Passavam devagar, em fila, seis ou sete.
e) mais de uma oração:
Era melhor esquecer o nó / e pensar numa cama igual à de seu Tomás da bolandeira.

1.3. Sujeito oculto (determinado)
É aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado:

a) pela desinência verbal:
Gosto de chuva, Pedro.
O sujeito de gosto, indicado pela desinência -o, é o pronome eu.
b) pela presença do sujeito em outra oração do mesmo período ou de período contíguo:
O funcionário riu com esforço, e despediu-se enojado. Entrou numa livraria.
O sujeito de riu e despediu-se é o funcionário, mencionado apenas na primeira oração, antes de riu. E é também o sujeito do verbo entrou, pertencente ao período seguinte.

1.4. Sujeito indeterminado
Quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação, ou por não haver interesse no seu conhecimento, diz-se que o SUJEITO é INDETERMINADO. Nestes casos, põe-se o verbo:

a) ou na 3ª pessoa do plural:
Anunciaram que você morreu.
b) ou na 3ª pessoa do singular, com o pronome se:
Não se falava dele no Ateneu.

1.5. Oração sem sujeito
Não deve ser confundido o SUJEITO INDETERMINADO, que existe, mas não se pode ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito.
Em orações como as seguintes:
Chove. Anoitece. Faz frio.
Interessa-nos o processo verbal em si, pois não o atribuímos a nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é IMPESSOAL; e o SUJEITO, INEXISTENTE.
Principais casos de oração sem sujeito:

a) com verbos ou expressões que denotam fenômenos da natureza:
De noite choveu muito.
b) com o verbo haver na acepção de "existir":
Há flores, vidros, luz e sombra na casa das seis mulheres.
c) com os verbos haver, fazer e ir, quando indicam tempo decorrido:
Já estou aqui há dois dias.
d) com o verbo ser, na indicação de tempo em geral:
Era inverno na certa no alto sertão.

2. O predicado
O PREDICADO pode ser NOMINAL, VERBAL ou VERBO-NOMINAL.

2.1. Predicado nominal
O PREDICADO NOMINAL é formado por um VERBO DE LIGAÇÃO + PREDICATIVO DO SUJEITO.

2.1.1. O verbo de ligação
Os VERBOS DE LIGAÇÃO servem para estabelecer a união entre duas palavras ou expressões de caráter nominal. Não trazem propriamente idéia nova ao sujeito; funcionam apenas como elo entre este e o seu predicativo.
Os verbos de ligação podem expressar:

a) estado permanente:
O fato é vulgaríssimo.
b) estado transitório:
Os caboclos estavam desconfiados.
c) mudança de estado:
Fiquei sensibilizadíssimo.
d) continuidade de estado:
O rapaz continua indeciso.
e) aparência de estado:
Os olhos pareciam uma posta de sangue.

2.1.2. O predicativo do sujeito
PREDICATIVO DO SUJEITO é o núcleo do PREDICADO NOMINAL, ou seja, aquilo que se declara do sujeito.
Pode ser representado por:

a) substantivo ou expressão substantivada:
Eras marido e filho?
Não, eu não era o 301.
b) adjetivo ou locução adjetiva:
Ele ficou pasmo, sem palavras.
c) pronome:
Nunca fora nada na vida...
d) numeral:
Duas são as representações elementares do agradável realizado. (R. POMPÉIA)
e) oração:
O pior é que parti os óculos.

2.2. Predicado verbal
O PREDICADO VERBAL tem como núcleo, isto é, como elemento principal da declaração que se faz do sujeito, um VERBO SIGNIFICATIVO.
VERBOS SIGNIFICATIVOS (ou nocionais) são aqueles que trazem uma idéia nova ao sujeito. Podem ser INTRANSITIVOS e TRANSITIVOS.

Observação:
Como há verbos que se empregam ora como de ligação, ora como significativos, convém atentar sempre no valor que apresentam em determinado texto para classificá-los com acerto. Comparem-se, por exemplo, as frases:
Estavas pensativa.
Andei muito feliz.
Fiquei assustado.
Continuamos alegres.
Estavas no colégio.
Andei dez quilômetros.
Fiquei em casa.
Continuamos o passeio.
Nas primeiras, os verbos estar, andar, ficar e continuar são verbos de ligação; nas segundas, verbos significativos ou nocionais.

2.2.1. Verbos intransitivos
Cedo, a noite caía.
Verificamos que a ação está integralmente contida na forma verbal caía. Tal verbo é, pois, INTRANSITIVO, ou seja, NÃO TRANSITIVO: a ação não vai além do verbo.

2.2.2. Verbos transitivos
Nestas orações:
-- Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe.
Vemos que as formas verbais tenho e abençoe exigem uma palavra para completar-lhes o significado. Como o processo verbal não está integralmente contido nelas, mas se transmite a outro elemento (o substantivo dinheiro e o pronome te), estes verbos se chamam TRANSITIVOS.
Os VERBOS TRANSITIVOS podem ser DIRETOS, INDIRETOS, ou DIRETOS e INDIRETOS ao mesmo tempo.

2.2.2.1. Verbos transitivos diretos
Nestas orações:
Abrirei o portão. Verei meu filho?
A ação expressa por abrirei e verei se transmite a outros elementos (o portão e meu filho) diretamente, ou seja, sem o auxílio de preposição. São, por isso, chamados TRANSITIVOS DIRETOS, e o termo da oração que lhes integra o sentido recebe o nome de OBJETO DIRETO.

2.2.2.2. Verbos transitivos indiretos
Nestes exemplos:
A população da Vila assistia ao embarque.
Um poeta, na noite morta, não necessita de sono.
A ação expressa por assistia e necessita transita para outros elementos da oração (o embarque e sono) indiretamente, isto é, por meio das preposições a e de. Tais verbos são, por conseguinte, TRANSITIVOS INDIRETOS. O termo da oração que completa o sentido do verbo TRANSITIVO INDIRETO denomina-se OBJETO INDIRETO.

2.2.2.3. Verbos transitivos diretos e indiretos
Nestes exemplos:
Capitu preferia tudo ao seminário.
Não lhe arranquei mais nada.
A ação expressa por preferia e arranquei transita para outros elementos da oração, a um tempo, direta e indiretamente. Por outras palavras: estes verbos requerem simultaneamente OBJETO DIRETO e OBJETO INDIRETO para completar-lhes o sentido.

2.3. Predicado verbo-nominal
Não apenas os verbos de ligação se constróem com predicativo do sujeito. Também verbos significativos podem ser empregados com ele.
Neste exemplo:
As fisionomias respiram aliviadas...
O verbo respirar é significativo, e aliviadas refere-se a fisionomias, de que é uma qualificação.
A este predicado misto, que possui dois núcleos significativos (um verbo e um predicativo), dá-se o nome de VERBO-NOMINAL.

2.3.1. Variabilidade de predicação verbal
A análise da transitividade verbal é feita de acordo com o texto e não isoladamente. O mesmo verbo pode estar empregado ora intransitivamente, ora transitivamente; ora com objeto direto, ora com objeto indireto. Comparem-se estes exemplos:
Perdoai sempre [= INTRANSITIVO].
Perdoai as ofensas [=TRANSITIVO DIRETO].
Perdoai aos inimigos [= TRANSITIVO INDIRETO].
Perdoai as ofensas aos inimigos [= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO].

Termos integrantes da oração

1. Complemento nominal
O COMPLEMENTO NOMINAL vem, como dissemos, ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao advérbio cujo sentido integra ou limita.
Pode ser representado por:
a) substantivo (acompanhado ou não de seus modificadores):
A notícia do rebate falso espalhou-se depressa.
A amizade não é cortada de pressentimentos

b) pronome:
Seria nojo de mim?
c) numeral:
Foi ele o inventor dos e das dez mais.
d) palavra ou expressão substantivada:
E você tem medo daquela maluca?
e) oração:
Tenho certeza de que gosta de mim.

Observações:
1ª) O COMPLEMENTO NOMINAL pode estar integrando o sujeito, o predicativo, o objeto direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto e o vocativo.
2ª) Convém ter presente que o nome cujo sentido o COMPLEMENTO NOMINAL integra corresponde, geralmente, a um verbo transitivo de radical semelhante:
amor da pátria amar a pátria
ódio aos injustos odiar os injustos

2. Complemento verbal
São Complementos Verbais:

1) O Objeto Direto
2) O Objeto Indireto
3) O Predicativo do Objeto
4) O Agente da Passiva

2.1. Objeto direto
É o complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.
Pode ser representado por:

a) substantivo:
Passageiros e motoristas atiram moedas.
b) pronome (substantivo):
Os jornais nada publicaram.
c) numeral:
A moça da repartição ganha 450.
d) palavra substantivada:
Tem um quê de inexplicável.
e) oração:
Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões.

2.1.1. Objeto direto preposicionado
1. O OBJETO DIRETO costuma vir regido da preposição a:

a) com os verbos que exprimem sentimentos:
Não amo a ninguém, Pedro.
b) para evitar ambigüidade:
Mamãe bem sabe que ele o estima e respeita como a um pai!
c) quando vem antecipado, como no provérbio:
A homem pobre ninguém roube.

2. O OBJETO DIRETO é obrigatoriamente preposicionado quando expresso por:

a) pronome pessoal oblíquo tônico:
João, o povo, na noite imensa, festeja a ti.
b) pronome relativo quem:
A pessoa a quem amo está ausente.

2.1.2. Objeto direto pleonástico

1. Quando se quer chamar a atenção para o OBJETO DIRETO, costuma-se repeti-lo. É o que se chama OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO. Nele uma das formas é sempre um pronome pessoal átono:
As minhas lições as tomava em casa um professor particular.

2. O OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO pode também ser constituído de um pronome átono e de uma forma pronominal tônica preposicionada:
Um dia esquecera-a, a ela, D. Iris, no teatro e recolhera descuidado a Paissandu.

2.2. Objeto indireto
É o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.
Pode ser representado por:

a) substantivo:
Falamos de vários assuntos inconfessáveis.
b) pronome (substantivo):
Também dialogava com elas.
c) numeral:
É preciso optar por um
Rosa optou por esta última.
d) palavra ou expressão substantivada:
Mas, -- quem daria dinheiro aos pobres..?
e) oração:
Esquecia-se de que não havia piano em casa.

Observação:
Não vem precedido de preposição o OBJETO INDIRETO representado pelos pronomes pessoais oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes, e pelo reflexivo se.
A vida por aquelas bandas me agradava mais.

2.2.1. Objeto indireto pleonástico
Com a finalidade de realçá-lo, costuma-se repetir o OBJETO INDIRETO. Neste caso, uma das formas é obrigatoriamente um pronome pessoal átono:
Um dia a nós nos coube participar da pantomima como desinteressados palhaços.

2.3. Predicativo do objeto
Tanto o OBJETO DIRETO como o INDIRETO podem ser modificados por PREDICATIVO. O PREDICATIVO DO OBJETO só aparece no predicado VERBO-NOMINAL. Podem ser expressos por:

a) substantivo:
Uns a nomeiam primavera. Eu lhe chamo estado de espírito.
Na 1ª oração, o substantivo primavera é o predicativo do objeto direto a; na 2ª, estado de espírito é predicativo do objeto indireto lhe.
b) adjetivo:
Achei-a bonita com as duas lágrimas escorrendo pelas faces.

2. Como o PREDICATIVO DO SUJEITO, o DO OBJETO pode vir antecedido de preposição:
Os jornais chamam-na de tradicional.
O vigário já escolheu o Antoninho Pio, filho do coronel, como candidato a Prefeito.


2.4. Agente da passiva
É o complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito.
Este complemento verbal -- normalmente introduzido pela preposição por (ou per) e, algumas vezes, por de -- pode ser representado por:

a) substantivo ou palavra substantivada:
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
b) pronome:
Foi cercado por todos.
c) numeral:
Tudo quanto os leitores sabem de um e de outro foi ali exposto por ambos.
d) oração:
O elenco era formado por quem soubesse ao menos ler as "partes", velhos, moços, crianças.

2.4.1. Transformação de oração ativa em passiva
1. Quando uma oração contém um verbo constituído com objeto direto, ela pode assumir a forma passiva, mediante as seguintes transformações:

a) o objeto direto passa a ser sujeito;
b) o verbo passa à forma passiva analítica do mesmo tempo e modo;
c) o sujeito converte-se em agente da passiva.

Tomando-se como exemplo a seguinte oração da voz ativa:
A lua domina o mar.
Convertida na voz passiva, teríamos:
O mar é dominado pela lua.

2. Se numa oração da voz ativa o verbo estiver na 3ª pessoa do plural para indicar a indeterminação do sujeito, na transformação passiva cala-se o agente. Assim:

voz ativa voz passiva
Destruíram o cartaz. O cartaz foi destruído.
Destruíram os cartazes. Os cartazes foram destruídos.

Observações:
1ª ) Cumpre não esquecer que, na passagem de uma oração da voz ativa para a passiva, o agente e o paciente continuam os mesmos; apenas desempenham função sintática diferente.
2ª) Somente orações com objeto direto podem ser apassivadas.

VOZ ATIVA: Ouvimos gritos.
VOZ PASSIVA: Gritos foram ouvidos por nós.

3ª) Na voz ativa o termo que representa o agente é o SUJEITO do verbo; o que representa o paciente é o OBJETO DIRETO. Na voz passiva, o OBJETO (paciente) torna-se o SUJEITO do verbo.
4ª) Omite-se o agente da passiva quando este é ignorado, ou não interessa declará-lo. Tal omissão corresponde, na ativa, ao sujeito indeterminado. Na voz passiva pronominal, não se emprega o agente:
Ouviram-se gritos.

Termos acessórios da oração

Chamam-se ACESSÓRIOS os TERMOS que se juntam a um nome ou a um verbo para precisar-lhes o significado.
Embora tragam um dado novo à oração, os TERMOS ACESSÓRIOS não são indispensáveis ao entendimento do enunciado. Daí a sua denominação.
São TERMOS ACESSÓRIOS:

a) o ADJUNTO ADNOMINAL;
b) o ADJUNTO ADVERBIAL;
c) o APOSTO.

1. Adjunto adnominal
É o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste.
O ADJUNTO ADNOMINAL pode vir expresso por:

a) adjetivo:
A festa inaugural esteve animada.
b) locução adjetiva:
Tinha uma memória de prodígio.
c) artigo (definido ou indefinido):
Cessaram as vozes.
Às vezes, um galo canta.
d) pronome adjetivo:
Sofia nunca lhe contou este meu palpite?
e) numeral:
Os dois homens estavam fascinados.
f) oração:
O caso que vos citei é expressivo.

2. Adjunto adverbial
É o termo de valor adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo, ou de um advérbio.
O ADJUNTO ADVERBIAL pode vir representado por:

a) advérbio:
Eu jamais tinha ouvido coisa igual.
b) locução ou expressão adverbial:
De repente um carro começa a buzinar com força junto ao meu portão.
c) oração:
Como eu achasse muito breve, explicou-se.

2.1. Classificação dos adjuntos adverbiais
É difícil enumerar todos os tipos de ADJUNTOS ADVERBIAIS. Muitas vezes, só em face do texto se pode propor uma classificação exata. Não obstante, convém conhecer os seguintes:

a) DE CAUSA:
O homem, por desejo de nutrição e de amor, produziu a evolução histórica da humanidade.
b) DE COMPANHIA:
Vivi com Daniel perto de dois anos.
c) DE CONCESSÃO:
Apesar de cansado, não sentia sono.
d) DE DÚVIDA:
Talvez a gente combine alguma coisa para amanhã.
e) DE FIM:
Volto daqui a meia hora, para o enterro.
f) DE INSTRUMENTO:
A pobre morria com o palmo e meio de aço enterrado no coração.
g) DE INTENSIDADE:
Temos mudado muito.
h) DE LUGAR:
A lama respinga por toda a parte.
i) DE MATÉRIA:
Os quintais são massas escuras de verdura.
j) DE MEIO:
Voltamos de bote para a ponta do Caju.
l) DE MODO:
A orquestra atacava de rijo.
m) DE NEGAÇÃO:
Não quero ouvir mais cantar.
n) DE TEMPO:
Ontem Afonsina te escreveu.

3. Aposto
É o termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de apreciação.

1. Entre o APOSTO e o termo a que ele se refere há em geral pausa, marcada na escrita por vírgula, dois pontos, travessão.
Ela, Açucena, estava em seus olhos.
Tudo aquilo para mim era uma delícia o gado, o leite de espuma morna, o frio das cinco horas da manhã, a figura alta e solene de meu avô.
Mas pode também não haver pausa entre o APOSTO e a palavra principal, quando esta é um termo genérico, especificado ou individualizado pelo APOSTO.
A cidade de Teresópolis. O mês de junho. O poeta Bilac.
Este APOSTO, chamado DE ESPECIFICAÇÃO, não deve ser confundido com certas construções formalmente semelhantes, como:
O clima de Teresópolis. As festas de junho.
em que de Teresópolis e de junho equivalem a adjetivos (= teresopolitano e juninas) e funcionam, portanto, como ADJUNTOS ADNOMINAIS.

2. O aposto pode também ser representado por uma oração:
De pronto, fixou-se uma solução: traria o relógio.

4. Vocativo
Examinando estes versos:
Deus te abençoe, minha filha.
Ó lanchas, Deus vos leve pela mão!

Vemos que, neles, os termos minha filha e Ó lanchas não estão subordinados a nenhum outro termo da frase. Servem apenas para invocar, chamar ou nomear, com ênfase, uma pessoa.
A estes termos, de entoação exclamativa e isolados do resto da frase, dá-se o nome de VOCATIVO.


Colocação dos termos na oração

Ordem direta e ordem inversa
1. Em português predomina a ORDEM DIRETA, isto é, os termos da oração se dispõem preferentemente na seqüência:

sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto
ou
sujeito + verbo + predicativo

Essa preferência pela ORDEM DIRETA é mais sensível nas ORAÇÕES ENUNCIATIVAS ou DECLARATIVAS (afirmativas ou negativas). Assim:
Os vizinhos deram jantar aos órfãos nessa tarde.
Deodato ainda é menino.

2. Ao reconhecermos a predominância da ordem direta em português, não devemos concluir que as inversões repugnem ao nosso idioma. Pelo contrário, com muito mais facilidade do que outras línguas (do que o francês, por exemplo), ele nos permite alterar a ordem normal dos termos da oração. Há mesmo certas inversões que o uso consagrou, e se tornaram para nós uma exigência gramatical.
Assim:
Aqui outrora reboaram hinos.
Uma tarde entrou-me quarto a dentro um canarinho da terra.
 

Técnicas de Redação


 Técnicas Redacionais

No Vestibular o tipo de redação mais utilizado é a DISSERTAÇÃO, que envolve técnicas descritivas e narrativas como podemos comparar:
Exemplo de Descrição
Este é o técnico da seleção: Um homem de cabelos esbranquecidos pela vida de futebol e por demais atacado pela calvície e possuidor de um temperamento contestador mas audaz em sua decisão de levar o Brasil ao título do Pentacampeonato tão almejado por um Povo de autenticidade futebolística e técnicos de coração verde e amarelo que bradam e vivem a vitória e a derrota de cada etapa num grito eufórico de gol !
Exemplo de Narração
Vai iniciar mais uma partida de mais um clássico de futebol. E parece que o dia está claro para um jogo jamais visto em todo este campeonato. É o Brasil buscando o nosso Pentacampeonato contra a Jamaica. Vai ser dado o chute inicial e o jogo vai começar... Vai, Brasil !
Exemplo de Dissertação
O que nos interessa é a dissertação que não foge a estrutura redacional da introdução, do desenvolvimento e finalmente a conclusão das duas partes da estrutura. Assim temos sempre que ter um plano de estrutura que determine o tema projetando suas limitações, inicie um tópico frasal definindo a idéia geral que deve ser desenvolvida, manifeste a opinião e argumentação da idéia geral e desenvolve a redação até chegar ao final da idéia geral proposta e das idéias desenvolvidas. Analise esta dissertação e veja se ela realmente seguiu as etapas que estruturam uma boa redação e não se esqueça de verificar a ortografia. A melhor dica é escrever sempre e ler bastante acompanhando as técnicas redacionais apresentadas a cada semana para desenvolver ordenadamente sua dissertação e até conhecer algumas formas de fazer um núcleo ou tópico frasal bem definido com o tema.
Exemplo:
Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências comerciais, ganhou seu lugar nas festividades do Domingo de Páscoa assim como outra tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia).
Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Exodus e depois a Nova Páscoa está descrita no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová.
E com a ceia vieram os pães ázimos sem fermento e as ervas amargas comidas com o cordeiro pelos hebreus com os cinturões cingidos aos rins, prontos para ir embora do Egito, ao amanhecer. Depois temos o anúncio do Cordeiro de Deus por João Batista e a revelação do Filho do Homem até a sua crucificação e a Ressurreição. Somente a partir deste período, os cristãos das catacumbas começam a usar o Ovo como símbolo de vida nova, além do que depois do jejum da Quaresma e da Semana Santa era o alimento para a preparação da festa, entre 22 de março a 25 de abril, variando de ano para ano.
A origem das tradições pascais variam de civilização a civilização e de tudo que pode ser incorporado como os ovos egípcios ganhou afeição dos teutônicos e na China, na Festa da Primavera, distribuíam ovos coloridos. Os missionários trouxeram o costume que se ocidentalizou-se e a Igreja concordou e oficializou no século XVIII.
No mundo todo, a cerimônia religiosa da Páscoa varia conforme as tradições e costumes, mas seus significados de Libertação e Vida Nova ainda são traduzidos nas festividades pascais e nas suas formas de comemorações até mesmo com a malhação do Judas no Sábado de Aleluia e a Missa de Páscoa de Domingo, tudo faz parte da civilização cristã ocidental e da história da vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo narrada no Antigo e Novo Testamento.


Linguagem


Linguagem
  Linguagem é a utilização oral (fala) ou escrita da língua. Em tal sentido é que empregamos a palavra nas expressões linguagem oral e linguagem escrita. Trata-se de uma acepção estrita. Num sentido mais genérico,linguagem seria qualquer sistema de sinais de que se valem os indivíduos para comunicar-se.
 É também a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.
   - Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.
   - Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc.
   - Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.

Língua
   É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.
Variedades lingüísticas:
   São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
   - Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.
   - Norma popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.

Dialetos:
   São variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: gíria) 

Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.
Conceituado:
Texto: É uma unidade linguística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.
Discurso: É a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvido entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto. 
Coesão textual são as articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão sequencial.

LÍNGUA - FALA - NÍVEIS DE FALA
            Língua é o sistema de signos vocais de uma comunidade. Signo é o complexo sonoro (por exemplo,"casa") e o significado que esse complexo comunica (a ideia de casa).Assim, o signo jato,385 tem duas partes que formam um todo, como as duas páginas de uma folha: o significante (na palavra, a imagem acústica) e o significado (o conceito). Os signos de uma língua substituem os objetos e os representam. O conjunto dos signos, organizados em sistema, forma a língua -um verdadeiro código social à disposição dos indivíduos da comunidade, para a comunicação. Um código criado pela própria comunidade e que espelha a sua cultura e se transforma num importante fator de unidade nacional.
            Cada indivíduo seleciona, no código da língua, os elementos que lhe convêm,conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sócio-cultural em que vive, etc. Dessa maneira,dentro da unidade da língua, encontramos uma expressiva diversificação, nos mais variados níveis de fala: infantil ou adulta,coloquial ou formal, comum ou literária, etc. E cada um de nós também conhece não apenas o que fala, como também muita coisa do que os outros falam; esse é o motivo por que podemos participar do diálogo com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas confira exatamente com a nossa. De todas as falas a língua recebe sugestivas criações que, gradativamente assimiladas pela comunidade, a vão vitalizando enriquecendo.
Linguagem é a utilização oral (fala) ou escrita da língua. Em tal sentido é que empregamos a palavra nas expressões linguagem oral e linguagem escrita. Trata-se de uma acepção estrita. Num sentido mais genérico, linguagem seria qualquer sistema de sinais de que se valem os indivíduos para comunicar-se. 

Figuras de Linguagem


Figuras de linguagem


Anástrofe: É a inversão da ordem natural do pensamento sem quebra da correlação existente entre as palavras: A Davi vence Alexandre.


Anacoluto: É a interrupção da contextura de uma frase, de modo que uma palavra ou expressão fica como que solta, sem função sintática definida.

Ex.: “Tua mãe não há idade nem desgraça que lhe amolgue a índole rancorosa.”
Camilo


Prosopopeia: Figura que atribui ação, movimento ou voz aos seres inanimados, às pessoas ausentes ou aos mortos.

Ex.: “As estrelas foram chamadas e disseram: Aqui estamos.”
Vieira


Hipérbole: É a figura que exagera verdade das coisas para produzir no espírito expressão mais forte.

Ex.: “ Vê-se ondear um oceano de cabeças e plumas.”
Rebelo da Silva


Elipse: Consiste na supressão de termos facilmente subentendidos.

Ex.: “No mar ( há ) tanta tormenta e ( há ) tanto dano, tantas vezes a morte ( é ) apercebida?”
Camões


Pleonasmo: É o emprego de palavras que parecem desnecessárias mas que servem para dar mais energia à expressão.

Ex.: Tu é que és patriota.


Silepse: É a concordância que se opera segundo o sentido e não segundo o termo expresso, pode ser de gênero, número ou de pessoa.


Hipérbato: É a transposição de um ou mais termos de uma oração.

Ex.: “Aberto em par esta a porta.”
Garret
Apóstrofe: É a interrupção que faz o orador ou escritor para dirigir-se, em tom pungente de advertência ou de ameaça, á pessoa ou coisa, real ou fictícia.

Ex.: " E vós, Tágides minhas, pois criado
            Tendes em mim um novo engenho ardente
........................................................................................
            Dai-me agora um som alto e sublimado,
um estilo grandíloquo e corrente...”

Camões


Perífrase: É a figura que consiste em exprimir em muitas palavras o que se poderia dizer num só.

Ex.: O Cisne de Mântua, em vez de Vergílio.


Antítese: É a figura que consiste no emprego de termos ou pensamentos em oposição, de modo que faça sobressair um pelo outro.


Ex.: “Este edificam, aquele destroem; estes sobem pelos degraus da honra aqueles outros descem.”
Bernardes


Gradação: Consiste no aumento ou diminuição gradual de idéias.

Ex.: “ Ide, correi, voai, que por nós chama o rei, a pátria, o mundo, a glória.”
Silva Alvarenga


Metáfora: Generalização ou ampliação de um sentido especial por efeito de semelhança ou anologia de ideias.

Ex.: Pernas ( de compasso ), cabeças ( de prego ), garganta ( de montanha ).


Catacrese: Desvio do significado natural de um vocábulo.

Ex.: Pena de aço; sabatina na Segunda feira.


Metonímia: É a substituição do sentido de um vocábulo pelo de outro com que esta em relação íntima.


Sinédoque: Emprego de palavras de extensão diferentes, de modo de que transpareça a idéia de mais por menos e vice versa.

Onomatopeia: Em prego de vocábulo cuja pronunciação imita o som da coisa significada: tique-taque.


Anáfora: Repetição da mesma palavra no início de muitas proposições.


Epístrofe: Repetição de uma palavra no fim de muitas proposições.


Antonomásia: Substituição de um nome próprio por um nome comum ou por perífrase e vice versa.

Ex.: O nosso épico ( por Camões ), os Cisne de Mântua  ( por Vergílio ), Aristarco ( por crítico ).


Assíndeto: Supressão da conjunção coordenativa aditiva, substituída pela vírgula.

Ex.: “ Range, ri, treme, devasta, insulta e vence.”
Éça de Queiroz


Polissíndeto: Repetição da conjunção coordenativa aditiva, juntamente com a vírgula.

Ex.: “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.”
Olavo Bilac


Prolepse: Consiste em prevenir as objeções e em as refutar antecipadamente.













A Escrita


                                      Escrita
            Método de comunicação humana realizado por meio de sinais visuais que constituem um sistema. Estes sistemas podem ser incompletos ou completos. Os sistemas incompletos, usados para anotações, são mecanismos técnicos que registram feitos significativos ou expressam significações gerais. Incluem a escrita pictográfica, a ideográfica e a usada por objetos marcados. Nos sistemas incompletos não existe correspondência entre os signos gráficos e a língua representada, o que os torna ambíguos.
        Um sistema completo é aquele capaz de expressar, na escrita, tudo quanto formula oralmente. Caracteriza-se pela correspondência, mais ou menos estável, entre os sinais gráficos e os elementos da língua que transcreve. Os sistemas completos classificam-se em ideográficos (também chamados morfemáticos), silábicos e alfabéticos.
         O sistema ideográfico, denominado ideograma, representa palavras completas. O sistema silábico utiliza signos que representam sons com os quais se escrevem as palavras. O sistema alfabético tem mais signos para escrever e cada signo representa um fonema. Ver também Alfabeto.
       O primeiro escrito conhecido, anterior a 3000 a.C, é atribuído aos sumérios da Mesopotâmia. Escrito com caracteres ideográficos, propicia uma leitura pouco precisa. Identifica-se nele o princípio da transferência fonética e é possível rastrear sua história até averiguar como foi convertido em escrita ideossilábica. No caso dos egípcios, são conhecidos escritos que remontam a cerca de cem anos depois e também registram o princípio da transferência fonética. Ver também Língua egípcia e Hieróglifos.
          Outros sistemas ideossilábicos surgiram mais tarde no Egeu, Anatólia e na Indochina (ver também Língua chinesa). Na última metade do segundo milênio antes de Cristo, os povos semíticos, que viviam na Síria e na Palestina, adotaram o silabário egípcio (ver também Línguas semíticas). Os gregos basearam-se na escrita dos fenícios e acrescentaram a ela vogais e consoantes, criando a escrita alfabética em torno de 800 a.C. (Ver também Língua grega).

Alfabeto, palavra que, derivada da língua grega e constituída por alpha e beta, suas duas primeiras letras, designa a série de sinais escritos que representam um ou mais sons e que, combinados, formam todas as palavras possíveis de um idioma.
           Os alfabetos são diferentes dos silabários, pictogramas e ideogramas: em um silabário, cada sinal representa uma sílaba. No sistema pictográfico, os objetos são representados por meio de desenhos. Nos ideogramas, os pictogramas são combinados para representar o que não pode ser desenhado.
         Os primeiros sistemas de escrita foram a escrita cuneiforme dos babilônios e dos assírios, a escrita hieroglífica dos egípcios, os símbolos da escrita chinesa e japonesa e os pictogramas dos maias.
Alfabeto do semítico setentrional
           É o primeiro alfabeto de que se tem notícia e surgiu, entre 1700 a.C. e 1500 a.C., na região que hoje corresponde à Síria e à Palestina. O alfabeto semítico possui apenas 22 consoantes. Os alfabetos hebraico, árabe e fenício se basearam neste modelo. A escrita é realizada da direita para a esquerda.
Alfabetos grego e romano
         Entre os anos 1000 e 900 a.C., os gregos adotaram a variante fenícia do alfabeto semítico. Depois do ano 500 a.C., o grego se difundiu por todo o mundo mediterrâneo e dele surgiram outras escritas, entre elas, a etrusca e a romana. Em conseqüência das conquistas romanas e da difusão do latim, este alfabeto se tornou a base de todas as línguas europeias ocidentais.
Alfabeto cirílico
       Por volta do ano 860 d.C., os religiosos gregos, que viviam em Constantinopla, evangelizaram os eslavos e idealizaram um sistema de escrita conhecido como alfabeto cirílico. Suas variantes são as escritas russa, ucraniana, sérvia e búlgara.
Alfabeto árabe
         Também tem sua origem no semítico e, possivelmente, surgiu no século IV de nossa era. Foi utilizado nas línguas persa e urdu. É a escrita do mundo islâmico. Fenícia, antigo nome de uma estreita faixa de terra na costa leste do mar Mediterrâneo que atualmente constitui parte do Líbano. O território tem aproximadamente 320 km de comprimento e entre 8 e 25 km de largura.
         Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e acádia da vizinha Babilônia. Por volta de 1800 a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Próximo, invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C. Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros do mundo clássico.  A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto. Atribui-se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro. As cidades fenícias foram famosas por sua religião panteísta e seus templos eram o centro da vida cívica. A divindade fenícia mais importante era Astarté.

   Escrita, Instrumentos de, utensílios manuais utilizados para efetuar marcas alfanuméricas em ou sobre uma superfície. As inscrições se caracterizam pela eliminação de parte da superfície, a fim de gravar essas marcas. O instrumento de escrita é controlado normalmente pelos movimentos de dedos, mão, pulso e braço da pessoa que escreve.

Instrumentos antigos
        A mais antiga forma de escrita ocidental é a cuneiforme, que se realizava mediante a pressão de uma vareta de três ou quatro faces sobre barro mole, que depois era cozido. O avanço importante que se seguiu foi o emprego, pelos gregos, do pincel, do martelo e do cinzel. No século I d.C., as escritas duráveis eram realizadas sobre papiro, com uma espécie de bambu afilado e mergulhado em tinta. Os pincéis planos e os bambus de ponta rômbica eram utilizados para as superfícies polidas e os rebocos ou muros de pedra, como no esgrafito. As inscrições eram realizadas com martelo e cinzel.
       O nascimento e a difusão do cristianismo aumentaram a demanda por documentos religiosos escritos. Os livros em velino (ou pergaminho) vieram substituir os rolos de papiro e a pena de cálamo suplantou a pena de bambu, transformando-se no principal instrumento de escrita durante quase 1.300 anos. De igual modo, por volta do século XVIII, o papel havia substituído o velino como principal superfície de escrita e começou-se a utilizar o aço para fabricar pontas de caneta. A primeira pena de aço patenteada foi construída pelo engenheiro inglês Bryan Donkin, em 1803. A pena de cálamo caiu rapidamente em desuso.
          Em 1884, Lewis Waterman, um agente de seguros de Nova York, patenteou a primeira pena esferográfica com depósito de tinta. Em 1938, Georg Biro inventou uma tinta viscosa e oleosa que servia para um tipo de caneta dotada de um rolamento na ponta. A caneta esferográfica apresentava certas vantagens sobre a caneta-tinteiro: a tinta era impermeável e quase indelével; permitia escrever sobre superfícies muito diferentes e o instrumento podia ser mantido em qualquer posição durante a escrita.
        Em 1963, apareceu a chamada caneta hidrográfica, com ponta de feltro. Quem a inventou foi o japonês Yukio Horie, em 1962. As canetas hidrográficas utilizam tinturas como fluido para escrever.
          Um dos instrumentos mais difundidos para escritas deléveis é o lápis. Os traços do lápis podem ser apagados com facilidade. O interior do instrumento é formado por uma mistura de grafita (uma variedade do carbono) e argila. Em 1795, inventou-se uma fórmula para misturar pó de grafita com argila, cortando o produto resultante em pequenas barras que depois eram cozidas. Em 1812, William Monroe criou um processo, empregado até hoje, mediante o qual se podia embutir a mistura grafita-argila entre dois pedaços de madeira de cedro. A lapiseira, patenteada em 1877, é formada por um estilete cilíndrico de carga, inserido num cilindro metálico ou plástico, e empurrado por um êmbolo que, ao girar, vai expulsando a ponta da carga.